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A casa do Professor Ferrand Pimentel D’Almeida (1885-1962) foi construída na segunda ou terceira década do século XX, numa das áreas de expansão de Coimbra da época, na Avenida Dias da Silva ao bairro da Cumeada. Recentemente o edifício sofreu a demolição das paredes interiores e de pormenores decorativos.
O edifício tem uma imagem externa conservadora, com uma varanda coberta ao longo da fachada traseira, sobre o ângulo sudeste do edifício. Os azulejos que cobrem as paredes da varanda (de 1933) referem-se a localidades e regiões de Portugal queridas pela família do proprietário: a Póvoa de Varzim, os rios Mondego e Douro, Alenquer.
Não é claro quem foi o arquiteto e qual foi a data da construção. Existe uma referência à autoria de Augusto Silva Pinto (1865-1938) num texto de Anacleto e Policarpo, no entanto, informações dadas pelos proprietários em 2015 indicam a possível autoria de Raúl Lino (1879-1974), o famoso arquiteto português formado na tradição alemã de artes e ofícios. Aparentemente, Lino (que é o arquiteto de outras casas contemporâneas em Coimbra) pode ter abandonado o trabalho depois de um desentendimento com o proprietário original que terá pretendido dividir o imóvel em duas residências.
Alguns aspetos arquitetónicos, como a sequência de acesso à casa, feita por meio de umas escadas que criam um patamar de entrada exterior coberto, remetem para esquemas utilizados pelo arquiteto em outras casas de sua autoria.
Um outro conjunto de escadas exteriores foi adicionado ao lado norte da casa em 1935, como documentado pelo processo de licenciamento nos arquivos municipais.
O trabalho dos alunos consistiu em elaborar um levantamento do edifício atual e produzir desenhos dos alçados originais sem as escadas laterais adicionadas. Pretendeu-se também desenhar as diferentes plantas, com a divisão da parede interna original que ainda hoje pode ser inferida a partir do espaço interior aberto.
Os alunos conseguiram estabelecer alguma similaridade com os projetos de casas de Raúl Lino em características como a entrada da escadaria coberta e a relação entre o hall de entrada e a escadaria interna principal da casa. Um bom exemplo é a “Casa num subúrbio do Porto”, que Lino publicou no seu livro "Casas Portuguesas", de 1933.
Henrique Pereira Joana Mendes Luís Sil Almeida Marta Lourenço Pedro Lopes
2014–2015
Elementos gráficos revistos por Rui Lobo, 2016